Nas Cazas do Pico, o objectivo da recuperação foi respeitar ao máximo a “alma” de casas com passado, embora modesto (com excepção da Casa das Barcas, classificada e erudita na sua simplicidade), tirando partido dos materiais – que os anos naturalmente patinaram – e de técnicas de construção tradicionais de uma gente que viveu sobre si, numa ilha isolada, e foi encontrando soluções que utilizaram os materiais disponíveis de uma forma pragmática e quase comovente na sua gestão da sobrevivência – num meio extremamente agreste, mas de enorme beleza.
A única inovação (além das casas de banho) foi a abertura em cada casa de um vão maior (em paredes que era preciso reconstruir), sobrepondo ao anterior objectivo único de protecção do exterior o da fruição, a partir do interior da casa, de uma vista que não se podia ignorar.